Distritais aumentam salários para R$ 20 mil:
A meta era fazer em um dia o que não foi feito em todo o semestre. Setenta itens precisavam ser votados. E foram. Alguns, em questão de segundos. Outros, depois de intensa discussão, caso do orçamento do ano que vem, foram aprovados já na madrugada. O orçamento, que define onde o GDF vai gastar o dinheiro de impostos, recebeu 980 alterações, incluindo as sugeridas pela equipe de transição do próximo governo. O governador eleito Agnelo Queiroz pediu o remanejamento de R$ 170 milhões; R$ 90 milhões foram para a saúde, para construção de Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs, e o bloco materno-infantil do Hospital de Ceilândia. A Secretaria de Justiça também vai receber mais R$ 12,5 milhões, que devem ser usados na ampliação e construção de unidades de internação de adolescentes infratores. Parte do recurso teve que ser tirada de emendas que tratavam de reajuste salarial dos servidores do GDF. “A emenda que foi contemplada foi a dos professores. As demais categorias tiveram que sair porque estariam infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, porque estaríamos entrando no limite prudencial, o que é proibido”, explica o deputado Paulo Tadeu. Os distritais aprovaram ainda o aumento dos impostos para o ano que vem. O IPTU vai ser reajustado para todos em 4,68% - percentual baseado na inflação. Quem pagar à vista vai ter desconto de 7,5%. O IPVA, imposto cobrado de quem tem veículos, também foi reajustado em 4,68%. Mas os carros de passeio de 96 a 2000 vão pagar menos por causa da desvalorização. Quem pagar à vista terá desconto de 5%, podendo chegar a 10%, caso o motorista não tenha sido multado neste ano. Os deputados alegaram que precisavam premiar o bom contribuinte, mas em seguida veio a fatura. Os distritais aprovaram aumento dos próprios salários de R$ 12 mil para R$ 20 mil. O reajuste vai gerar despesa de R$ 2,8 milhões a mais, todos os anos. Uma herança que o atual presidente da Câmara deixa para o sucessor administrar. “Eu, como presidente da casa, botei para votar, sim. Havia acordo e número suficiente de assinaturas, eu botei para votar”, fala o presidente da CLDF, Wilson Lima. Esse aumento deve se repetir também no Executivo. No decreto aprovado hoje de madrugada, o salário do governador sobe para R$ 26 mil. De secretários e administradores regionais, para R$ 20 mil por mês. Mas isso deve render muita discussão nos próximos dias. O governador Rogério Rosso diz que a Câmara não pode criar despesas no Executivo e não vai assinar esse aumento. A palavra final deve ficar para Agnelo Queiroz. Os projetos de lei que mudam carreiras do GDF, enviados de última hora pelo governador Rogério Rosso , não foram votados. Não houve acordo e ficou para a próxima legislatura analisar as propostas.
Fonte: dftv.globo.com