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Vida animal:

Posted by Monk on 00:38
Resolução proíbe corte de orelhas e cauda de cães




Os veterinários estão proibidos de fazer cirurgias de corte em orelhas e caudas de cães. Uma resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União (DOU) impedindo a prática. A entidade alega que o procedimento interfere na capacidade de expressão do animal. Com a mudança, profissionais podem ter o registro cassado se ignorarem a decisão. A medida, que vale para todo o território nacional, já causa polêmica. Alguns veterinários e criadores de cães antecipam uma possível briga na Justiça para reverter a decisão. Após longas discussões sobre o assunto, o Conselho Federal julgou desnecessário o procedimento. Os veterinários classificam os cortes nos animais como “mutilantes”. A cirurgia, no entanto, ainda será tolerada em casos extremos, como infecção dos tecidos ou situações semelhantes. A avaliação ficará a critério do médico veterinário. Ainda assim, ele deverá justificar a decisão por escrito aos conselhos regionais. As cirurgias são chamadas clinicamente de conchectomia (corte das orelhas) e Caldoctomia (na cauda). Mas as mudanças promovidas nesta quarta-feira vão além. A nova determinação também baniu os procedimentos de cordectomia (corte nas cordas vocais). A cirurgia passou a ser solicitada por donos de cães insatisfeitos com os latidos estridentes dos animais. Ela tem um custo médio de R$ 800 e ainda era procurada, embora fosse criticada por boa parte da comunidade veterinária. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Marcelo Rodrigues Da Rosa, as mudanças devem ser encaradas com otimismo. Porém, ele acredita que haverá dificuldade para fazer cumprir a lei. “Os veterinários terão que seguir à risca. Caso contrário, estarão agindo como criminosos. É por isso que a fiscalização terá papel fundamental”, argumenta. A fiscalização deverá ser feita pelos fiscais do Conselho Regional. A entidade conta com menos de 10 funcionários para fazer o serviço. Baixa Procura Pelos levantamentos do Conselho Federal de Medicina, a procura por cirurgias de corte em orelhas e caudas dos cães reduziu nos últimos anos. A tendência passou a ser reflexo de uma discussão que se espalha em países europeus, conforme argumanta a Associação Nacional de Clínicos Veterinário de Pequenos Animais (Anclivepa-DF). Para a presidente da entidade, Simone Bandeira, as comunidades veterinárias perceberam que os procedimentos obedecem apenas a um padrão estático. “O animal doméstico passou para a condição de membro de família, não sendo mais necessário esses ajustes estéticos. Os próprios donos perceberam que o corte é algo sofrido aos animais”, argumenta. A cirurgia de corte em orelhas de cachorros custa em média R$ 400. Ela podia ser feita a partir do terceiro mês de vida do animal. Já o corte da cauda no décimo dia, com um custo médio de R$ 45. Dr. Tesoura Com 23 anos de profissão, o veterinário Geraldo Marcelo de Souza tornou-se uma das referências em cortes de orelhas e caudas de cachorros no Distrito Federal. Durante os anos de trabalho, ele chegou a enfrentar críticas fervorosas de alguns colegas. Sobre a decisão desta quarta-feira, o profissional é categórico em suas colocações. “A cirurgia na cauda e orelha do cão é rápida e não causa traumas ao animal. Acho a decisão uma grande perda”, critica o veterinário, que já realizou mais de mil cirurgias em seu consultório. Os criadores de cães também manifestam insatisfação com a mudança promovida pelo Conselho Federal de Medicina. Para Délio Mendes, 42 anos, a determinação será derrubada por liminar judicial nos próximos meses. “O dono tem o livre arbítrio para decidir se quer ou não fazer a cirurgia no cão. Agora, proibir o procedimento é algo extremamente autoritário. Vamos entrar com liminar para reverter essa determinação”, protesta. Criador da raça dobermann há mais de 20 anos, Délio é radical nas reclamações sobre a mudança promovida pelo Conselho. “É como proibir as mulheres de colocar silicone”. O criador avalia que a mudança deve interferir no mercado de criação de cães. Segundo ele, alguns colegas chegaram a antecipar a decisão caso a mudança seja mantida.

Fonte: Correio Web


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